sexta-feira, 17 de julho de 2009

Divulgação: A CORAGEM DA FÉ

A CORAGEM DA FÉ

 

Vitorino José Moreira Neto



Aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu também o reconhecerei e confessarei diante de meu Pai que está nos céus; — e aquele que me renegar diante dos homens, também eu o renegarei diante de meu Pai que está nos céus. — (S.MATEUS, cap. X, vv. 32 e 33.)




Estes alertas foram feitos aos doze apóstolos quando Jesus lhes falou de suas missões, e os direcionou para a pregação de sua palavra pelo mundo.

Entre outros alertas, encontramos também os cuidados que os apóstolos devem ter para não cair nas mãos dos inimigos do bem. Recomendou que devessem ser prudentes como a serpente e simples como a pomba.

Alertou para as perseguições que sofreriam, para os perigos de morte e para todas as brigas e adversidades que seus ensinamentos causariam no mundo.

É sempre recomendado que tomemos a Bíblia e procuremos ler na íntegra todo o capítulo a que se refere o tema para podermos melhor compreender o contexto em que se deu o ensinamento.

Estes alertas são úteis para todos nós e muitos se perguntam porque devemos entendê-los se foram direcionados explicitamente para os apóstolos. Se lermos todo o contexto veremos que Jesus recomendou aos apóstolos que "O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados." (Mateus, X, 27). Portanto, tudo o que Jesus disse em segredo aos apóstolos é direcionado a toda a humanidade e seu entendimento é indispensável para o nosso progresso espiritual.

Confessar Jesus diante dos homens é uma opção de cada um porque está diretamente relacionado à fé que possuímos.

Para os primeiros cristãos, esta confissão era muito mais problemática do que para nós hoje em dia, pelo menos no tocante ao aspecto material da questão. Isto porque, logo após a crucificação, iniciou-se um processo de caça aos cristãos. Os capturados eram obrigados a negar o Cristo sob pena de serem atirados aos leões ou queimados vivos em fogueiras públicas.

Temos vários exemplos de cristãos que demonstraram toda a coragem de sua fé, não temendo nem mesmo a morte.

Mas, se tivéssemos que destacar um dos maiores exemplos de coragem da fé, falaríamos sem dúvida alguma sobre Paulo de Tarso.

Filho de um graduado soldado romano com uma mulher hebraica, foi desde cedo iniciado no conhecimento das Leis de Moisés e, quando o cristianismo já se expandia e a caça aos cristãos já havia se iniciado, Paulo estava sendo preparado para ser um dos sacerdotes fariseus. Homem rico e com um poder imenso sobre a sociedade hebraica, renunciou a tudo que tinha: sua posição social, seu poder temporal, sua fortuna, para dedicar-se a divulgação daquela que se tornou a sua fé verdadeira: o cristianismo. Na estrada de Damasco, quando foi inquirido pelo próprio Jesus porque o perseguia, deu-se conta da verdade e a assumiu publicamente, sem medo e com muita coragem e determinação.

No Brasil, o melhor exemplo que tivemos foi de Bezerra de Menezes quando declarou publicamente sua adesão ao Espiritismo sem se importar com as conseqüências sociais, que não foram poucas. Sua decisão repercutiu em toda a alta sociedade como uma bomba, já que a prática do Espiritismo era tido como coisa vulgar.
Hoje em dia, com o cristianismo bem difundido e aceito, declarar-se cristão é algo bem simples, e o fazemos sem preocupações ou constrangimentos.

Mas o problema começa a complicar quando somos mais explícitos. O conceito de "cristão" mudou muito. No início, cristão eram os seguidores do carpinteiro crucificado. Hoje este conceito é bastante genérico. Já que não somos capazes de entender seus ensinamentos da mesma maneira, criamos várias escolas, algumas chamadas igrejas ou templos, e demos o nome de religião. Por isso, ao dizermos que somos cristãos temos também que identificar à qual escola estamos vinculados.

Neste ponto nossa fé começa a balançar. Dependendo da situação, nos declaramos desta ou daquela religião. E se necessário, até mesmo negamos Jesus e dizemos que somos partidários das escolas orientais. Dizemos que somos Budistas ou qualquer outra coisa que a conveniência assim exigir.

Para não constranger a própria consciência, algumas pessoas usam termos nem um pouco criativos. Dizem que são "católico-espíritas", ou então "sou cristão! Acredito em todas!" Como se tais religiões existissem.

O que nos leva a tomar posições como essa é justamente a nossa falta de fé. Na verdade, o que estamos afirmando é que não temos fé alguma, que estamos nos acovardando e negando Jesus de uma maneira muito mais vergonhosa do que a negação de Pedro. Trocamos os valores espirituais pelos materiais e sempre nos colocamos no lado que melhor se adapte às nossas necessidades e aos nossos interesses, naquele momento e despreocupados com o futuro. Triste engano, porque desta vida só levaremos o que de fato é nosso: nossos sentimentos, nossas crenças e nossa consciência. O resto, tudo aquilo pelo qual renunciamos a Jesus, aqui permanece, não nos trazendo qualquer benefício na vida futura.

É evidente que ao nos tornarmos espíritas ainda carregamos conosco muitos hábitos e crenças adquiridos na antiga religião. É muito compreensível que por algum tempo mantenhamos velhos conceitos. Mas também admitimos que os hábitos anteriores precisam ser substituídos por novos hábitos o mais rápido possível.

Na verdade, pouco ou nada sabemos sobre a fé.

É verdade que o conceito de fé é muito amplo. Por fé podemos entender como a crença que cada um credita em si mesmo. Esta fé é muito útil e necessária no nosso dia a dia porque se não acreditarmos em nossa própria capacidade, estaremos fatalmente destinados ao fracasso em qualquer tentativa. Ao iniciarmos um projeto ou uma tarefa qualquer, já nos consideramos derrotados.

Existe a fé que temos na existência de algo ou de alguém. Assim, quando falamos que temos fé em Deus o que estamos querendo dizer é que acreditamos que Deus existe. Quando digo que tenho fé em Jesus quero dizer que acredito que Jesus tenha existido. Esta é o tipo de fé sem compromisso. Acredito, mas nada faço.

Existe a fé religiosa que é a fé que depositamos nos conceitos religiosos que recebemos no ambiente que freqüentamos. É desta fé que estamos falando.

Somos cristãos porque temos fé nas palavras de Jesus.

Mas, vamos ser mais detalhados: o que é ter fé nas palavras de Jesus?

Não se trata de apenas acreditar que Jesus tenha dito isto ou aquilo. Acreditar que ele tenha existido. A fé implica necessariamente acreditar, ter confiança e certeza naquilo que se acredita. Acreditar em Jesus é o mesmo que dizer que farei das minhas ações um resultado natural do seu ensinamento.

Por isto, a fé está muito mais comprometida com nossa consciência, com nosso mundo interior do que com o mundo exterior.

Uma das diferenças entre a pessoa que não tem fé e outra que tem a verdadeira fé é que a primeira diz que acredita. Quando acreditamos não temos certeza da nossa fé. A nossa fé ainda é duvidosa. Já aqueles que tem a verdadeira fé nunca dizem que acreditam, dizem simplesmente: "eu sei!".

Mostrar-se cristão aos olhos do mundo não é uma tarefa das mais difíceis. Difícil, mesmo é provar para si mesmo o quanto se é cristão.

Podemos enganar o mundo por algum tempo, mas jamais poderemos enganar as nós mesmos.

Algumas pessoas acham que tem tanta fé, acreditam tanto nas palavras do Cristo que acham serem as únicas possíveis e passam a condenar as outras. Tornam-se pessoas prepotentes, arrogantes e não dão ouvidos a outros conceitos.

A este comportamento damos o nome de fanatismo. É a fé levada ao extremo.

Ponderar sobre a crença é trabalho individual. Para não cair no fanatismo precisamos assumir nossa fé.

As necessidades sociais nos forçam, às vezes, a nos posicionar de forma a acomodar nossa vontade e nossas necessidades. Negamos nossa crença. Também fazemos isto quando surge um problema qualquer. Somos bem confiantes quando está tudo bem, mas diante da primeira dificuldade damos a volta e negamos.

Justificamos a nossa covardia alegando que mesmo Pedro negou Jesus três vezes. É o escudo dos covardes porque só imitamos Pedro na negação mas não o imitamos na coragem e perseverança, envolvido que esteve por diversas situações críticas. Ao morrer, queriam crucificá-lo mas, por não se achar a altura do mesmo sacrifício de Jesus, teve seu pedido atendido e foi crucificado de cabeça para baixo.

A sociedade não mais exige que morramos pela nossa fé. Mas nossa consciência precisa tranqüilizar-se porque estamos com fé.

Seguir ou não seguir? Fazer ou não fazer? Tentar ou não tentar? Situações como estas não nos dá o meio–termo. Ou avança ou recua, ou faz ou não faz. É nesses momentos que testamos nossa fé. Quem tem fé é corajoso, arrojado, confiante sem ser prepotente ou orgulhoso. Quem tem fé acredita em si mesmo e sabe que qualquer que seja o resultado, Deus lhe reserva a melhor parte. Mesmo que ocorra um prejuízo, uma perda saberá retirar de toda e qualquer situação desagradável uma oportunidade de aprendizado e se esforçará para não cometer o mesmo erro porque aprende com cada lição da vida. E sabe que cada erro que comete é uma lição que recebe e aprende com ela ao invés de viver se lamentando. Sabe que o que possui hoje, seja sua miséria, seu desemprego, ou sua alta posição social são conquistas igualmente facilitadoras de seu aprendizado e crescimento.

A pessoa que tem a verdadeira fé é paciente e calma. Não se desespera diante das dificuldades porque acredita na bondade e na justiça Divinas.

Diferente daquele que não tem fé, que recua no primeiro obstáculo. Que prefere não enfrentar as dificuldades e prefere botar a culpa em Deus dizendo que Deus "não gosta de mim". Quanto mais lamentações, menos fé, mais covardia. Maior a fraqueza.

O que tem fé não é destemido. Também tem seus medos, também se sente frágil, também chora, experimenta a solidão, se surpreende, mas aprende com cada situação e fortalece-se para os próximos compromissos.

Persegue seus ideais e luta por aquilo que deseja, mas recua quando percebe que a conseqüência de seus atos pode prejudicar alguém.

Para podermos melhor entender, façamos um exercício e procuremos nos lembrar das pessoas de alguma família, ou mesmo da nossa família que sempre foi taxado como a "ovelha negra". Geralmente a "ovelha negra" é assim chamada por ter pensamentos e comportamentos diferentes dos demais familiares. É visto como aquele que não faz nada certo, e muitas vezes, se não sempre, é motivo de chacotas e zombarias. A "ovelha negra" nem sempre está errada. Apenas tem pensamentos e comportamentos diferentes. Parece que não "se enquadra" no perfil da família.

O tempo passa, os anos vem e vão, e a "ovelha negra" continua a perseguir os mesmos sonhos e ideais de outrora. Mesmo adulto, ainda é taxado de "esquisito". Mas chega o dia em que a "ovelha negra" vence e conquista o ideal que perseguiu, às vezes como muito esforço e sacrifícios. Geralmente a família reconhece seus méritos, reconhece, surpresa, que a "ovelha negra" venceu mas não admite que estava errada.

Esta "ovelha negra", nesta situação, é a pessoa que verdadeiramente tem fé. Acreditou, mesmo contra todas as pessoas que ama. Persistiu.

E quantas vezes sofremos zombarias, somos chamados dos mais diversos nomes, e muitas outras coisas apenas porque lutamos pelo que acreditamos? Quantas vezes, por causa desta situação familiar, deixamos de lado um sonho, um ideal apenas para satisfazer nossos parentes, com medo de enfrentar a sua desaprovação?

E quando este ideal, este sonho envolve Jesus, e também renunciamos ao ideal apenas para não nos opormos aos nossos parentes?

Quando nos tornamos espíritas, quando vamos ao Centro ou quando fazemos o Evangelho no Lar estamos procurando o melhor para nós. Estamos tentando adquirir uma consciência espiritu-al da nossa realidade que muitas vezes nossos parentes não perceberam. E por isso sofremos pressões em diversas formas para negar Jesus. E se não formos corajosos, se preferir a covardia da acomodação, permaneceremos amargurando as trevas do sofrimento que causamos para nós mesmos.
Mas não é apenas nesta situação que mostramos nossa covardia ou nossa coragem.

Problemas, todos têm. Sofrimentos, como sempre os temos de sobra. O que muda é a forma como nos comportamos diante deles.

É verdade que nossos problemas não nos incomodam 24 horas por dia, 7 dias por semana. Só muito raramente isto acontece. Temos dias alegres, temos épocas que estamos nos sentindo tão bem, mas tão bem, que não encontramos obstáculo algum em vir ao Centro, em praticar o Evangelho no Lar, e realizar nossas orações diárias, e ficamos felizes ao perceber que nossa fé está aumentando. Comentamos emocionados os casos maravilhosos que os Espíritos Protetores nos promovem. E achamos que esta situação nunca vai acabar, e que quando morrermos, iremos direto para as cidades da espiritualidade onde vivem os espíritos superiores. Aí, de repente, alguma coisa acontece. Não percebemos, mas chegou a hora de exercitar esta fé, de convencermos a nós mesmos que nossa fé realmente é forte. E os problemas parecem que não param de crescer. Aos poucos, vai minando nossa resistência e nos revoltamos.

Daí, perdemos a paciência, começamos a procurar justificativas para nossos atos, esquecidos de que tudo o que nos acontece, de bom ou de ruim, nada mais é do que nossa própria aquisição. É o resultado de nossos atos, nesta ou em outra vida, mas na maioria das vezes, desta mesma vida.

Nos momentos que mais precisamos demonstrar nossa coragem de fé é onde mais fracassamos.

Se nos tempos do cristianismo nascente, as condições materiais para anunciar Jesus eram extremamente precárias, com risco de morte, hoje em dia os obstáculos de ordem moral também são extremos e a criatura pode se perder no emaranhado sombrio de seu mundo íntimo, tanto quanto muitos se perderam no início do cristianismo.

Assumir Jesus em sua vida, declarar a quem pergunte, demonstrar por seus atos e decisões que é cristão, que é espírita, ainda incomoda muita gente.

Procuremos refletir seriamente nisto porque a Doutrina Espírita, na qualidade de Cristianismo Redivivo não nos impõe nada, não exige nada e não descreve regras ou hierarquia de qualquer espécie. Mas, na medida que começamos a entender seus ensinamentos vamos adquirindo uma consciência espiritual mais lúcida, cuja lucidez não nos permitirá desfrutar dos mesmos erros do passado.

 

 

 

Fonte:.http://www.panoramaespirita.com.br/

 

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Texto de reflexão: 15/07/09

Oração e Renovação

"Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram." - PAULO. (HEBREUS,10:6.)

É certo que todo trabalho sincero de adoração espiritual nos levanta a alma, elevando-nos os sentimentos.

A súplica, no remorso, traz-nos a bênção das lágrimas consoladoras. A rogativa na aflição dá-nos a conhecer a deficiência própria, ajudando-nos a descobrir o valor da humildade. A solicitação na dor revela-nos a fonte sagrada da Inesgotável Misericórdia.

A oração refrigera, alivia, exalta, esclarece, eleva, mas, sobretudo, afeiçoa o coração ao serviço divino. Não olvidemos, porém, de que os atos íntimos e profundos da fé são necessários e úteis a nós próprios.

Na essência, não é o Senhor quem necessita de nossas manifestações votivas, mas somos nós mesmos que devemos aproveitar a sublime possibilidade da repetição, aprendendo com a sabedoria da vida.

Jesus espera por nossa renovação espiritual, acima de tudo.

Se erraste, é preciso procurar a porta da retificação.

Se ofendeste a alguém, corrige-te na devida reconciliação.

Se te desviaste da senda reta, volta ao caminho direito.

Se te perturbaste, harmoniza-te de novo.

Se abrigaste a revolta, recupera a disciplina de ti mesmo.

Em qualquer posição de desequilíbrio, lembra-te de que a prece pode trazer-te sugestões divinas, ampliar-te a visão espiritual e proporcionar-te consolações abundantes; todavia, para o Senhor não bastam as posições convencionais ou verbalistas.

O Mestre confere-nos a Dádiva e pede-nos a iniciativa.

Nos teus dias de luta, portanto, faze os votos e promessas que forem de teu agrado e proveito, mas não te esqueças da ação e da renovação aproveitáveis na obra divina do mundo e sumamente agradáveis aos olhos do Senhor.

 

Texto de reflexão de 15/07/2009

Livro Vinha de Luz

Pelo Espírito de Emmanuel

Pág.27

terça-feira, 14 de julho de 2009

Assistência Espiritual

Assistência Espiritual

 

Raul Teixeira

 

 

É muito comum nós escutarmos o ditado popular: Diga-me com quem andas e te direi quem és. Quem não conhece isto?

E, naturalmente, usamos esta expressão, para designar as pessoas que têm más companhias, que andam em boas companhias. Pela companhia que a gente escolhe, as pessoas nos caracterizam.

Fulano é bom menino, ele procura boas companhias. Fulana é boa moça, está sempre com boa gente.

E o contrário: Ele não vale nada, vê o tipo de pessoa com que ele anda.

Os seres espirituais têm uma outra maneira de encarar isso. Ao invés de dizer como nós dizemos, dize-me com quem andas e te direis quem és, eles têm uma outra maneira de informar:

Dize-me quem és e te direi com quem andas.

Porque os Espíritos partem do princípio que nós é que definimos aqueles seres que queremos como nossos acompanhantes espirituais. Todos nós temos acompanhantes espirituais indubitavelmente, quer nós acreditemos neles, quer não acreditemos neles. Quer sejamos materialistas, ateus, quer sejamos espiritualistas.

O fato é que, como afirmou Paulo de Tarso, nós estamos cercados por uma nuvem de testemunhas.

Testemunhas positivas, que querem nos ver crescer, avançar, progredir, e testemunhas negativas, aquelas que estão prontas para puxar-nos os tapetes.

Vale a pena enfocar a questão da assistência espiritual que todos temos, já que estamos cercados por nuvens de testemunhas; já que a população espiritual do planeta é muito maior do que a população encarnada no planeta. Isso quer dizer, há muito maior número de seres no mundo espiritual, do que de seres na Terra, envergando um corpo físico como nós.

Desse modo, é impossível que nós não tenhamos um acompanhamento espiritual grande. Mas, nem sempre esse acompanhamento espiritual é formado por seres que nos assistem, mas sim, por seres que nos rodeiam.

Aqueles que nos assistem, o fazem por afinidade conosco, por algum tipo de interesse junto a nós. Interesse em nossa evolução, em nosso progresso, em nosso crescimento, ou interesse em nossa desdita, em nossa infelicidade.

Mas, tudo isso não deixa de ser assistência espiritual.

Quem define o tipo de assistência espiritual somos nós, pela forma como se vive.

Esses assistentes espirituais, quando positivos, quando do bem, têm seu ponto máximo naquele ser que nós chamamos de anjo guardião.

Todos nós temos nossos anjos guardiães. Esses anjos guardiães são Espíritos que Deus estabeleceu que seriam nossos guias aqui na Terra, nossos tutores aqui no mundo. Inspirando-nos, acompanhando-nos, orientando-nos para o melhor, sempre para o melhor.

O anjo guardião sempre nos dá as boas dicas, os bons direcionamentos. Ele se comporta como o irmão mais velho ou como um pai extremado, um pai muito atencioso, que estivesse sempre desejoso de ver seus filhos felizes. Essa é a postura do anjo guardião.

Às vezes, nós damos muito trabalho ao nosso anjo guardião, porque tudo quanto ele nos sugere, nós fazemos o contrário, nós desacatamos, nós desobedecemos. E, por causa disto, certamente advêm sobre nós infelicidades, tormentos, dificuldades, quando não ouvimos a voz inspirativa do nosso anjo guardião.

Todos nós, detentores desses seres espirituais que nos assistem, deveremos aprender a travar contato mais próximo, mais íntimo com o nosso anjo guardião, que é o maior dos assistentes que acompanham a nossa vida aqui no planeta.

É esse anjo guardião o ser que Deus colocou para nos atender, para nos entender, colocou à nossa disposição.

Vale a pena que treinemos contato com esse anjo guardião. Como é que a gente consegue isto?

Através do exercício de silêncios íntimos.

Se somos pessoas, se formos indivíduos buscando sempre barulhos, tumultos, agitação; se gostarmos de muita atividade excessivamente barulhenta, com certeza não conseguimos o silêncio íntimo, para fazer ponte com nosso anjo guardião.

Ele é o ponta-de-lança da nossa vida. É ele que define aquilo que nós pretendemos conseguir, nos ajuda naquilo que desejamos alcançar, nos inspira para o bem e nos impulsiona para Deus.

Vale a pena pensarmos nesses assistentes espirituais sim, mas entendendo, que nosso dever imediato é contatar com intimidade o nosso anjo guardião.

 

* * *

 

É graças ao nosso anjo guardião, que muitas situações nos são evitadas, porque ele trata de nos anteceder em muitos lugares, em muitos acontecimentos, para que nós não sejamos apanhados de surpresa.

Quantas vezes é ele que nos inspira mudanças de caminho, a adoção de determinado caminho. É ele que nos inspira voltar à casa, depois de termos saído, e aí descobrimos que ficou uma panela no fogão aceso, que ficou uma panela sobre a chama acesa.

É ele que nos orienta para olhar o berço da criança, que às vezes está de bruços, sufocada. É ele que nos orienta dar uma olhada no carro, antes de ligarmos a chave, e percebemos que há alguma alteração, algum vazamento. O nosso anjo guardião está sempre a postos, conduzindo-nos os passos, orientando-nos os passos.

Mas, nem sempre nós desenvolvemos afinidade com nosso anjo guardião. Às vezes, nossos interesses, nossas práticas, nossas ações buscam mais os assistentes negativos, os nossos comparsas espirituais, comparsas de nossos erros, comparsas de nossos equívocos.

Muitas vezes, nós damos mais atenção espiritual aos seres que nos querem puxar para baixo, porque eles nos inspiram, por exemplo, para a bebida e nós vamos, nos inspiram para o acinte à vida, e nós adotamos a sua inspiração, nos inspiram para o crime, e nós vamos, nos incitam para a droga, e nós vamos.

Certamente, ninguém recebe somente uma inspiração. Quando nos vem à mente uma idéia negativa, paralelamente vem outra positiva: Fulano, faça isto, e a outra voz interna que diz: Não faça isto. Beltrano, prove isto, e outra voz interna que nos sugere: Não prove isto. E fica por conta do nosso livre-arbítrio, decidir o que fazemos e o que não fazemos.

Os nossos assistentes espirituais positivos, os Benfeitores Espirituais de nossas vidas, estão sempre pelejando para que nós acertemos, para que cresçamos, para que soframos menos. Mas eles não nos podem impedir sofrer, se nós buscamos o sofrimento.

É por isto que nos cabe ter mais atenção para com nossa vida, porque, de acordo com a maneira que nós formos, estabeleceremos quais serão as entidades espirituais que nos acompanharão, que formarão esse grupo de testemunhas acompanhando nossa vida, cobrindo e secundando os nossos atos.

É por causa disto que Jesus Cristo orientava-nos para o fato de ser Ele o Caminho, ser Ele a Verdade, dirigindo-nos para a grande Vida.

Não é à toa que Paulo de Tarso nos propunha: Vede prudentemente como andais, porque a forma pela qual nós andamos, os destinos que buscamos, definirão a assistência espiritual com que contaremos.

Não adianta as pessoas dizerem que sua vida está indo para trás, que elas não têm sorte na vida, se seus pensamentos, se suas ações, se suas buscas, são de má índole, são de má qualidade.

Se quando a pessoa pensa em alguém ou em alguma coisa, pensa sempre para baixo, pensa sempre negativamente, é óbvio, que o tipo de entidades espirituais que lhe darão assistência, que a acompanharão, serão entidades de baixo nível.

Temos a responsabilidade sobre a assistência espiritual que temos.

Era muito comum, ao tempo do saudoso Chico Xavier, as pessoas dizerem que se aproximavam de Chico Xavier e se sentiam bem, sentiam-se agasalhadas, sentiam-se abraçadas por Chico Xavier, que dava a cada pessoa a sensação de que eram as mais amadas por ele, graças a esse envolvimento espiritual de Chico Xavier, a influência positiva que ele exercia sobre as pessoas.

Isso porque Chico Xavier tinha uma assistência espiritual notável. O Espírito Emmanuel, seu guia espiritual, seu anjo guardião, criava em torno dele uma aura de paz, de felicidade, de alegria, com toda responsabilidade que o Chico tinha nas suas realizações.

Era por isso, pela vida que ele levava, que merecia a assistência do Espírito Emmanuel.

Muitos de nós gostaríamos de ter como guias espirituais Espíritos positivamente bons, almas nobres, Espíritos angélicos. Mas, para isso, nós temos que fazer a parte que nos cabe aqui na Terra: a luta por ser bons, a luta por melhorar a nossa maneira de viver, a luta por melhorar aqueles que estão à nossa volta, e semear pelos caminhos por onde passamos as sementes da felicidade.

Nossos assistentes espirituais, estão profundamente relacionados aos nossos hábitos, aos nossos pensares, ao nosso psiquismo.

Por causa disso, vale a pena que você, que eu, que nós todos, busquemos ao longo dos nossos caminhos, maior entrosamento com o nosso anjo guardião, desenvolvendo silêncios íntimos, o ato de orar e de meditar profundamente.

 

 

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 146, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em abril de 2008. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 09.11.2008.

Favor [André Luiz]


Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.
André Luiz